sábado, 15 de dezembro de 2018

ccc@RAIA.3

cartaz de Christina Casnellie

Teremos uma bela novidade e um convidado estrangeiro para este evento!

Uma nova colecção de romances gráficos na Chili Com Carne apenas... linda! Porquê? Porque não serve para enganar o público, get it?

E a irmã MMMNNNRRRG deve lançar a sua k7 an(u)al...

+ infos em breve!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Dos anos 70 à atualidade e Vice-Versa: BD de Nuno Amorim

No passado dia 8 de Setembro deste ano inaugurou na melhor loja de BD em Portugal, a Mundo Fantasma, uma exposição de Nuno Amorim, à qual escrevi este texto de apresentação (ver abaixo). Autor da troupe da Visão que, em 2016, a Chili Com Carne recuperou parte da sua obra, pela entretanto esgotada antologia Revisão. Temos pena que a nossa ubiquidade não chegue para estarmos presentes no lançamento lisboeta na Passevite uma vez que estaremos na Raia 3Fica aqui o aviso para outros visitantes...


pintura da capa da obra a ser publicada nos anos 70
Daniel Clowes num suplemento do Eightball #18 (Mar'97) intitulado "Modern Cartoonist" ironizava - penso eu, com os gringos nunca se sabe! - num texto sobre BD que de 15 em 15 anos há um novo fôlego na cena. Basicamente, é preciso que apareça uma nova geração que apreenda e aplique as revoluções realizadas pela geração anterior. Não haveria a "BD Alternativa" dos anos 90 se 15 anos antes não houvesse a "underground comix" e estes não existiriam sem a EC Comics e a revista Mad dos anos 50. Tudo bem, parece justo.

Na edição de 31 de Janeiro de 1973 do jornal &etc, Nuno Amorim (com uns 21 anitos), já trabalhava para o mundo editorial mais sofisticado em Portugal - as Edições Afrodite e a &etc - e num artigo sobre a sua pessoa admite a admiração por Moscoso. Mais tarde, numa situação tão rara como a de 1973 - ou seja, dar tempo de antena a um ilustrador - é entrevistado no livro Editor Contra - Fernando Ribeiro de Mello e a Afrodite (Montag; 2016) e assume mais uma vez as suas influências dos anos 70 - Moebius e Caza, são os autores referidos.

Seja em 1973 seja 2016, os nomes dos autores que ele refere pouco importarão para o público. O estatuto marginal da BD permanece inalterado ao longo destas décadas todas e Amorim, como muitos outros artistas da sua geração e posteriores, "brincou" à BD. Publicou alguns trabalhos, principalmente na seminal revista Visão (1975-76) mas também alguns fanzines e nas publicações das míticas editoras acima já referidas. Como nunca houve uma estrutura económica de subsistência na BD em Portugal, ele parou de fazer BD e foi para outros poisos. Arquitecto de formação, foi director de arte em varias agências de publicidade internacionais em Lisboa, e posteriormente integrou os quadros da RTP, onde foi designer gráfico, realizador e responsável pelo departamento gráfico. Em 1991 foi co-fundador da produtora de cinema de animação Animais, onde é realizador e produtor de curtas metragens e séries de animação. Trabalhou e continua a trabalhar em imagem, área criativa pouco apreciada em Portugal. Um trabalho sujo mas que alguém tem de o fazer! 

A sua criação de BD ficou fechada na década de 70 com os pesos telúricos das influências da altura. Amorim e a malta da Visão tiveram quase todos o mesmo destino. Partiram para outra e foram esquecidos. Um caso ou outro voltou à BD, um ou outro ainda fizeram alguma obra em BD. Como profetizava Clowes, 15 anos depois aparecia uma nova geração de autores a baralhar as cartas - ligados aos zines e às revistas Lx Comics e Quadrado. Mas ao contrário que dizia Clowes, não parece que essa nova geração e as futuras tenham apreendido algo da anterior ou a tomado por base.

detalhe da capa da obra editada em 2018
A verdade é que em Portugal apesar das suas inúmeras Bedetecas ou livros de História, os autores de BD não ligam ao passado. Empanturrados de hiper-realidade com tons de néon, mutações afrofuturistas, glitches cyberpunks, erotismo digital, risografia a brilhar pós-fluorescência, rocócós bling bling basta reeditar as BDs dos anos 70 como fiz com a antologia Revisão : Bandas Desenhadas dos anos 70 (Chili Com Carne; 2016) que lhes cai tudo em cima! Pá! Afinal os cotas já tinham feito cenas mamadas, meu! 

Se esta, tão apropriada, exposição na Mundo Fantasma se realizar com o título Dos anos 70 à actualidade e Vice-Versa, a Fita de Moebius completa-se. Se a Mundo Fantasma editar a BD inédita Stoned nas suas exemplares publicações impressas em Risografia, a Fita de Moebius, ironicamente, estreita-se.

Marcos Farrajota
Lisboa, 15/08/2018

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Amadora é o nosso Brasil? (uma carta aberta)

7/11/18

Ex.mos. Dra Carla Tavares, Dr. José Marques e Dr. Nelson Dona:

A Associação Chili Com Carne vem por este meio apresentar uma reclamação pela forma como os seus autores foram maltratados nos pretensos Prémios Nacionais de BD deste ano. Sucederam-se as seguintes situações:
  1. Como é tradição em todos os eventos do Festival de BD da Amadora, o Júri dos ditos prémios é constituído por cinco elementos, sendo um deles o autor que tenha recebido o prémio principal – Melhor Álbum - do ano anterior. Este ano, o autor Francisco Sousa Lobo (vencedor de três prémios do ano passado: Melhor Álbum, Melhor Argumento e Melhor Álbum em Língua Estrangeira), deveria estar incluído no Júri. No entanto, foi afastado, substituído por outro autor (vencedor do Melhor Álbum de Humor), sem que Sousa Lobo tenha sido avisado do seu afastamento e substituição. Segundo o mesmo nos transmitiu: Na primeira reunião que tive com a Amadora disseram-me que eu seria parte integrante do júri. Que depois logo se veria a logística de me fazer chegar livros, etc. Perguntei ao Nelson Dona se sempre faria parte do júri, dias antes do festival começar, por email, e o Nelson não respondeu. Tinham mudado de ideias mas sem me avisar…
  2. O livro Lá fora com os Fofinhos / Outside with the cuties de Mariana Pita, co-editado por nós e pelo O Panda Gordo foi colocado nas nomeações de Melhor Fanzine com a seguinte designação: “Improvized Zine 1.5”, editado por Marcos Farrajota, Chili com Carne (in https://pt-pt.facebook.com/amadorabd, post de 2 Novembro, 19:51). Até hoje ainda não percebemos como foram buscar esta informação ao livro! Lá fora com os fofinhos é nitidamente um livro que compila BDs várias da autora impressas em fanzines e outros suportes, é um título da mesma colecção que o Festival já premiou no passado, a saber: Revisão: Bandas Desenhadas dos anos 70 (há 2 anos – Melhor Clássico) e Bruma (no ano passado – Melhor Desenho) de Amanda Baeza. Assim sendo, o Júri (ou quem faz a pré-selecção: uma caixa negra de informação sem acesso público) descrimina uma autora e o seu trabalho, impedindo que este pudesse concorrer com os outros livros e autores.
  3. O mesmo acontece com a revista Pentângulo #1, editado por nós e a escola Ar.Co., também colocado na nomeação de Melhor Fanzine, quando se trata de uma antologia profissionalmente editada com trabalhos de alunos, ex-alunos e professores desta instituição – entre eles: Francisco Sousa Lobo e Amanda Baeza que premiaram no ano passado. Outra vez podemos falar de descriminação aos participantes deste projecto.
  4. Na nomeação do Melhor Argumento não é referido Pato Bravo que é co-autor com Xavier Almeida do livro Santa Camarão. Um desleixo de quem não lê o que nomeia? Talvez mas o facto é que no Sábado de manhã, do dia 3 de Novembro, às 11h, veio ao nosso stand o sr. Hugo Valente perguntar para eu verificar erros nas nomeações – e cito de memória: para não acontecer como o ano passado em que a autora Amanda Baeza apareceu como “Amando” Baeza. Emendei os erros e chamei a atenção para nada…
  5. De forma desinteressada este ano oferecemos uma série de fanzines para que o Júri (ou a organização do Festival) tomasse conhecimento destas publicações amadoras de difícil acesso. Pelo que percebemos, foram completamente ignoradas e colocadas nas vitrines da exposição “Ano Editorial” sem que tenham podido ter apreciadas pelo Júri, mais uma vez discriminando novos autores e editores – os mesmo que se queixam que a BD Amadora não liga às novas gerações e tendências. Para contrariar esse pensamento oferecemos várias publicações mas de nada serviu…
Depois descobrimos de onde vinha o estranho título! Vem da legenda em inglês de o nome da BD "Zone ao Improvizo 1.5" (inédita) de Pita no livro Lá fora com os fofinhos

Que fique claro que estas reclamações não se devem ao facto de não termos ganho nenhum prémio deste ano. Só concorremos uma vez na nossa existência, em 1997, aos prémios da BD Amadora. O resultado desgostoso e injusto fez-nos ignorar os vossos prémios durante décadas. Até que em 2014 começaram-nos a premiar por sugestão do Júri. Nunca concorremos mas insistiram em dar-nos prémios, que pessoalmente nunca os fui levantar na vossa sessão de entrega. Agradecemos pelo eco que os prémios trazem a nível comercial e mediático. No entanto, não podemos permitir que nos usem de forma negativa como aconteceu este ano:

1 – segregando os autores, como o caso da Mariana Pita e dezenas de autores do Pentângulo. No primeiro caso, o mais grave, o seu livro nem foi descrito como deve ser,nem foi nomeado na categoria correcta, perdendo a oportunidade de concorrer com os outros autores e obras. No segundo caso também não nomeando em nenhuma categoria correcta - o que não impediu de colocar um trabalho de uma outra antologia (termo com que identificamos a Pentângulo #1) nos prémios e que acabou por vencer (Melhor Argumento);
2 - instrumentalizando os prémios por motivos de programação do ano seguinte. Esta acusação não será injusta porque nem o processo de selecção das obras nem do próprio Júri é transparente – como aconteceu com Francisco Sousa Lobo, que até hoje não obteve resposta quando perguntou quando iria votar. Que aconteça em iniciativas privadas pode ser infeliz. Grave é quando a origem provém de uma instituição pública que oferece “prémios nacionais”.

Lamentamos ter achado que nestes últimos quatro anos que a BD Amadora tivesse evoluído ao sabor dos novos tempos e tendências. Os resultados deste ano mostram que não. Isto será sempre discutível e podemos ser tomados de arrogantes com estas afirmações. Que seja. Até poderíamos respeitar que o Júri vote em anacronismos. O problema é vosso… Mas se insistem em atribuir prémios “nacionais” tendo no vosso Júri o próprio programador e director do festival, que não está isento dos seus próprios interesses de programação do ano seguinte, então tenham a dignidade de voltarem a chamarem os prémios de “Zé Pacóvio e Grilinho”, designação mais adequado a uma iniciativa municipal.

Queremos que
  1. O título do livro da Mariana Pita seja colocado de forma correcta nos vossos meios oficiais, advertindo que a Organização do Festival e o Júri erraram no título, nome da autoria, da edição e na nomeação de categoria;
  2. Pedido de desculpas público aos prejudicados: nomeadamente à autora Mariana Pita, ao autor Pato Bravo, aos autores participantes da Pentângulo #1 e aos editores Ar.Co., Chili Com Carne e O Panda Gordo;
  3. E que seja justificada publicamente o afastamento silencioso de Francisco Sousa Lobo, o vosso autor principal deste ano, tão premiado no ano passado e tão ignorado pela vossa organização.
E por falar nisso, já reclamamos ao Dr. Nelson Dona e algumas pessoas que integraram o Júri (o autor Álvaro e a jornalista Sílvia Silva) e Comissários da exposição “Ano Editorial” (Pedro Moura e Sílvia Silva) dos quais não nos chegou nenhuma resposta satisfatória. Da BD Amadora, houve silêncio total. Do Júri, uma resposta vaga de Sílvia Silva. Dos comissários, a concordância de Pedro Moura de que não faz sentido as nomeações que deram ao Melhor Fanzine, havendo outro material disponível. Não chega, Pedro Moura foi apenas comissário da exposição “Ano Editorial”. Por desespero restou-nos enviar esta carta e fazer estes pedidos razoáveis, dado aos erros que cometeram, à vossa falta de rigor e sobretudo ao silêncio obscuro da vossa organização.

Com os melhores cumprimentos,

Marcos Farrajota
Presidente da Direcção da Associação Chili Com Carne

sábado, 17 de novembro de 2018

Fotos do tombo

fotos de Nuno Neves - muchas gracias! 




Deserto / Nuvem na exposição de Prémio Design de Livro 2018 - patente até ao final do ano na Torre do Tombo. Autoria de Francisco Sousa Lobo. Design de Joana Pires. O livro segue para concursos internacionais.

domingo, 11 de novembro de 2018

ccc@BD.amadora.2018

cartaz de Francisco Sousa Lobo c/ intervenção de Barbara Says...

De 26 Outubro a 11 NovembroBD AMADORA 2018 com exposições de originais de Francisco Sousa Lobo e Amanda Baeza + o stand mais cool da Chili Com Carne, MMMNNNRRRG e editoras fixes amigas com o melhor do independente português (livros, zines e serigrafias)

27 Outubro HÁ visita guiada à exposição de Francisco Sousa Lobo, às 15h30 + lançamento do livro Pequenos Problemas de Francisco Sousa Lobo com apresentação do arquitecto Tiago Baptista no auditório, às 17h + sessão de autógrafos de Francisco Sousa Lobo entre as 18h e as 20h + neste primeiro fim-de-semana, dos poucos autores estrangeiros que se encontram no festival estará a Ulli Lust, que já colaborou em projectos connosco no passado.

1 Novembro HÁ sessão de autógrafos de Tiago Baptista (Berlim : Cidade Sem Sombras), às 17h

10 Novembrovisita guiada à exposição de Amanda Baeza, às 17h + apresentação de Nódoa Negra, às 18h30 + sessão de autógrafos de Mosi, Sílvia Rodrigues, Cecília Silveira, Bárbara Lopes e Inês Cóias, às 19h

Entretanto, ficam aqui fotos ligadas ao Francisco Sousa Lobo que esteve presente no primeiro fim-de-semana:














sábado, 10 de novembro de 2018

It’s no longer I that liveth -:-:-:- SOLD OUT / ESGOTADO



It’s no longer I that liveth 
by 
Franciso Sousa Lobo
published by Mundo Fantasma and Associação Chili Com Carne 
maybe there's still copies at Mundo Fantasma (Porto), Editions Trip stands (Canada), Quimby's (Chicago) and Le Bal des Ardents (Lyon)
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303 limited edition 
88 pages 15,5x21,5cm
layout by Sofia Neto
this book was produced in Risograph on Munken Pure paper with 130g and 240g for the cover, which was laminated with ‘velvet’ plastic, the binding and finishing were made in Litogaia printing house
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It's no longer I that liveth is a book about being thirteen years old in 1986. It portrays the life of Francisco Ferreira. It is set between Lisbon and Évora. Francisco Ferreira is at the worst of ages. He is at an age when the God of childhood is already dead, and no new God has come to replace him. An age when you no longer play and you don't have true friends yet. A nihilistic age. An age without anything. Nevertheless, Ferreira uncovers something, attaches himself to something.
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Mundo Fantasma disclaimer: The underlying technology of the Risograph permits ink to pass into the voids of a very fragile perforated master. The Risograph produces work with an intensity close to that of silkscreen. Small misprints are common, and so is some smudging and variation between proofs, thus making each published book a single, stand-alone object. Our editions are quite small, normally in duotone and produced on site. These editions also include illustrated prints and other memorabilia. Some proofs are signed by the authors. 
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It’s no longer I that liveth 
por
Franciso Sousa Lobo
co-editado pela loja/galeria Mundo Fantasma (no âmbito da exposição homónima do ano passadoe pela Associação Chili Com Carne
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limitado a 303 exemplares
88 p. 15,5x21,5cm
layout por Sofia Neto
Este livro foi impresso em Risografia em papel Munken Pure de 130g para o miolo e 240g para a capa que foi plastificada com plástico “veludo”. O acabamento foi realizado na Litogaia.

It's no longer I that liveth é um livro sobre ter treze anos em 1986. Relata alguns meses na vida de Francisco Ferreira, entre a região de Lisboa e Évora. Francisco Ferreira tem a pior das idades. Uma idade em que o Deus da infância já não existe e não há ainda outro Deus que o substitua. Uma idade em que já não se brinca e ainda não se tem amigos verdadeiros. Uma idade niilista. Uma idade sem nada. Mesmo assim Ferreira descobre qualquer coisa, agarra-se a qualquer coisa.

Sobre a Risografia e as edições da Mundo Fantasma: a risografia faz passar a tinta para o papel através de um "master" perfurado muito frágil, produzindo resultados quase com a intensidade da serigrafia. São comuns pequenos erros de impressão, alguma sujidade e variações entre cada exemplar, tornando cada livro editado desta forma, um objecto único. As nossas edições são muito limitadas, habitualmente a duas cores e produzidas dentro de portas. Incluem geralmente estampas ilustradas e outra memorabilia. Alguns exemplares estão assinados pelos autores.




FEEDBACK:  


Os textos dele lembram-me muito alguns livros do James Joyce!
Goran Titol

Menos do que um Bildungsroman, It's No Longer That I Liveth é uma demolição da personalidade, uma mortificação, para nela tentar ver se existe alguma fagulha ainda sobrevivente...

Lobo uses more often than not very regular page compositions, with strict grids or simple panel divisions, and within the panels he explores many non-naturalistic approaches. His characters are constructed with minimalist, thick black loose lines. The backgrounds can appear with a few details, but they’re quite often reduced to landscapes and interiors straight out of a Donald Judd catalogue. Printed in Risograph in black and yellow, this book continues the artist’s usual work in two colors. It would be tempting to color-code each title, perhaps finding in this yellow, at one time, the bright, disseminated sunlight of the Summer in Alentejo, in Southern Portugal, a blinding inner light that comes from God and which confronts Francisco with the possibility of the end of his own faith in it, but it is also possible that these are somewhat abusive interpretations. In any case, yellow reinforces the reduced, flattened dimensionality of the visual field.

Prémio Nacional para Melhor Álbum de autor português em língua estrangeira pela BD Amadora 2017

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Kassumai / ESGOTADO



segundo volume da colecção LowCCCost - porque é realmente barato viajar lendo estes livros de viagens. Depois de uma "Boring Europa", a Associação Chili Com Carne, edita agora uma experiência mais excitante e exótica na Guiné-Bissau pela mão de David Campos 

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Kassumai (saudação Felupe)
uma palavra para designar: Liberdade, Paz e Felicidade...

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3 companheiros / 6 meses numa O.N.G. / 30 e muitas etnias / 1 nova grande família / milhões de sorrisos / muitas tabancas e estradinhas de areia...

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116p. 23x16,5 cm impressas a castanho escuro, capa em cartolina com badanas; 
ISBN: 978-989-8363-16-9

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pode ser que ainda apanhem algum exemplar na Matéria PrimaPalavra de Viajante, Mundo Fantasma, ZDB, Livraria do Simão (Escadinhas de S. Cristovão), BdManiaUtopia, Mundo FantasmaLAC, Luar (Maputo) e Black Mamba.

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sobre o livro: David Campos visitou a Guiné-Bissau entre Novembro de 2006 e Maio de 2007 no âmbito de um projecto de apoio à população de S. Domingos, numa parceria entre uma O.N.G., a Acção para o Desenvolvimento, e a Câmara Municipal do Montijo. Durante a sua estadia apaixonou-se pelas pessoas que conheceu e este livro, mais que um relato de viagens neste país africano, é um diário fragmentado de vivências e contactos humanos feitos pelo autor entre o seu trabalho como voluntário e os seus tempos livres. 

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O autor nasceu em 1979 em Medons La Florett (França) mas veio para Portugal aos 4 anos, crescendo no Montijo. Tirou o curso de Formação Profissional de Desenho Animado (ETIC) e também o de Escrita para Multimédia e Audiovisuais, e na Ar.Co o curso de Ilustração e BD. Trabalhou em Cinema de Animação, têm editado alguns fanzines e participado em algumas antologias da Associação Chili Com Carne, nomeadamente Destruição ou bandas desenhadas sobre como foi horrível viver entre 2001 e 2010 e Futuro Primitivo.

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Edição apoiada pelo IPDJ 

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historial: lançado no dia 22 de Março na Livraria Sá da Costa ... no mesmo dia: exposição + festa com no Adufe Bar ... reportagem na RTP Internacional / programa Rumos ... exposição de originais no Festival de BD de Beja, 1 a 16 de Junho 2013 ... Obra seleccionada para a Bedeteca Ideal ... apresentação no DOC LISBOA 2013 ... Seleccionado por Pedro Moura como um dos cinco dos melhores livros portugueses de BD (2013) no site de Paul Gravett ... exposição de originais na BD Amadora 2015 ...
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feedback: 
está muito fixe (...) surpreendeu-me muito tanto ao nivel do desenho como ao nivel de texto. Parece-me agora muito mais fluido e natural (talvez por ser autobiográfico?). 
André Coelho (via e-mail) 
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Campos não parece interessar propriamente o registo jornalístico ou de literatura de viagens, as quais quase obrigariam à procura do exotismo, a uma permanente tensão entre um “eu” (“nós”) e um “eles”, mas antes essa escrita diarística que abraça desde logo o interrelacionamento humano. Até podemos mesmo dizer que este livro é uma forma de demonstrar como a banda desenhada, se entendida (somente, redutoramente) como meio de comunicação, ela pode adaptar-se a todas e quaisquer expressões. 
Pedro Moura in Ler BD 
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Curti dos livros, só não gostei de um: aquele da viagem Bla bla bla previsível ah e tal que experiencia magnifica bla bla bla e o camandro 
Rattus (Albert Fish) via e-mail 
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é um livro muito interessante, captando instantes do percurso pessoal do autor à medida que se adapta a um país pobre, muito mais estranho do que aquilo que contava. (...) sendo um bela iniciativa de uma editora fundamental (...) Sente-se algum pudor, mas a verdade é que o livro não se liberta de uma visão pessoal (a todos os níveis), e é pena, porque se trata de um excelente ponto de partida, e o estilo do autor (entre o fotográfico e o esboço) é particularmente eficaz a retratar as distorções que a memória faz no real. 
João Ramalho Santos in JL 
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Nomeado para Melhor Publicação Nacional dos Troféus Central Comics 2014 
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Acho que a cooperação portuguesa devia distribuir um exemplar de Kassumai a todo e qualquer cooperante que partisse para África, tão intensa é esta generosidade, tão autêntica foi esta dádiva, tão festiva é toda esta experiência realçada por um desenho ingénuo, franco e leal, como leal é a amizade que ele estabeleceu com aquele chão felupe, sabe-se lá se para todo o sempre. 
Luís Graça & Camaradas da Guiné 
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Rememorar momentos da sua própria vida é uma tendência comum a escritores e a autores de BD em especial. (...)  Na novela gráfica Kassumai (...) Assistimos, graças às imagens realistas que David desenha - muitas delas com subtil apoio fotográfico - a sequência de momentos que desenha e escreve, desde confissões inesperadas (algo como "vou acabar de ler os Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez e passar a usar o livro para o pôr em cima dos desenhos quando quero digitalizá-los"), ou análises amargas das realidades que enfrenta naquele país, onde o trabalho duro é executado maioritariamente por mulheres e crianças. David Campos inclui-se como personagem na participação das situações ou, no mínimo, como observador. É uma obra que se sente prenhe de emotividade perante uma realidade tão dura, que claramente se imprime na sensibilidade de um observador jovem e sensível ao registar literária e imageticamente vários momentos marcantes da sua imersão, mesmo que apenas durante cerca de sete meses, num contexto social e humano com aspectos de desigualdade gritantes. 
Geraldes Lino 
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Durante a sua estadia apaixonou-se pelas pessoas que conheceu e este livro, mais que um relato de viagens neste país africano, é um diário fragmentado de vivências e contactos humanos feitos pelo autor entre o seu trabalho como voluntário e os seus tempos livres. É possível acompanhar o percurso do autor e a voz pessoal com que narra esta viagem, ficando deste modo registada a sua visão do que restou da memória e das fotografias capturadas. 
Nuno Sousa

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domingo, 4 de novembro de 2018

Relatório 2017 é no Portuguese Small Press Yearbook 2018 (finalmente!)

foto do ZineFestPt 2017
Relatório sobre Fanzines e Edição Independente 2017 foi publicado no Portuguese Small Press Yearbook como aconteceu há dois anos atrás. Era para ter saído no fanzine Mariano #3 mas que se atrasou bastante. O João Carola fez umas belas ilustrações para acompanhar o texto.
E entretanto para a edição deste ano, fui convidado para editar o dito cujo, complementando com um texto sobre a BD portuguesa e os seus pecados de ignorância. O Rudolfo fez uma revolução no Design do PSPY e recuperei uma BD perdida do artista Paulo Mendes que conclui a edição - uma provocação necessária...
Foram convidados uma série de autores de BD para contarem sobre as suas experiências sobre edição independente - em BD. Participam Bruno Borges, Ema Gaspar, Mao, Filipe Felizardo, Francisco Sousa Lobo e Xavier Almeida.
Já está disponível aqui e no stand na BD Porcalhota (ex-BD Amadora)...

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Francisco Sousa Lobo @ Arte Capital + DN


Duas boas entrevistas a Francisco Sousa Lobo, uma no sítio Arte Capital, sob a batuta de Liz Vahia e Cecília Silveira... E outra no Diário de Notícias.


segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Maga em linha

Caminha para esgotar completamente mas aproveitamos já para coloca a Maga em linha no issuu.com, boas leituras para quem não a apanhou - mas ainda vai a tempo AQUI.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Ubik 26/28


CHILI com CARNE & MMMNNNRRRG em dois (três! E a BD Amadora, pá?) sítios diferentes!?
Como é que conseguem? 
Simples, na Anarquista colámo-nos à mesa dos Camaradas d'A Batalha.
Mesmo assim o Camarada Farrajota irá falar sobre "ensinar a editar" no Sábado, às 18h
Incrível!


quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Vergonha alheira


Lourenço Crespo : Nove canções (Cafetra; 2016)

Admito que andei a adiar a resenha deste CD. Também é verdade que ele foi ficando subterrado sobre outras peças muito mais interessantes como discos de Kode9, Tricky, Ahmed Abdul-Malik, Ho99o9 e Mozart (como-é-qui-é!?) mas sobretudo incomodava-me o facto de gostar do disco, tendo eu ignorado nos últimos anos quase toda a produção Pop, e sobretudo a nacional que deveria ser intitulada de Poop.
Talvez tenha vergonha de dizer que gostei de um CD feito por um BEN (beto em negação) mas é verdade, Crespo faz nove canções alucinadas, quase sem estilo, rima e batida - só a última música é que tem um beatzinho. Gostei de o ver numa Noite Fetra na saudosa Caixa Económica Operária (yo, ZDB sucks, biatches!) e essa imagem mantêm-se na audição deste CD, lá está ele como se fosse um coração-de-manteiga introvertido que bebeu pela primeira vez e à frente a um sintetizador. Excitadinho e cheio de coragem, devido ao álcool ingerido, diz barbaridades "cute" sobre o quotidiano e os amores "normies" da estação. Se o catálogo do colectivo sempre se primou for fazerem música "errada" e olhando para os projectos que tiveram sucesso entretanto, Crespo é que mantêm melhor essa tradição Fetra - só que entretanto já se passaram dois anos... Desculpa Lourenço, pelo atraso!

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

ccc@DOC.lisboa.2018



Como tem sido tradição, a Chili Com Carne e a sua irmã MMMNNNRRRG mais uma vez têm uma selecção dos seus livros do DOC LISBOA.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

PEQUENO é BOM! Segunda Temporada! Com BERLIAC

Diz um antigo provérbio grego que as coisas boas vêm em doses pequenas. Foi com tal sabedoria em mente que a Chili Com Carne promoveu os encontros mensais PEQUENO é BOM! em tempos idos de 2010.

O objectivo era divulgar a edição independente junto do público português – essas “coisas pequenas” que circulam por aí, longe do olho público: zines, CD-R’s, k7’s, vinil, graphzines, livros de autor, etc…

Agora, queremos retomar o PEQUENO é BOM! para uma segunda temporada. Achamos que é saudável que artistas e público se encontrem num ambiente relaxado, fora dos grandes festivais e eventos não propícios a um tipo de conversa mais intimista.

A nossa primeira escolha é o Berliac-sensei (Playground, SADBØI, Seinen Crap), autor argentino, residente em Cracóvia, de neo-gekiga que todos os miúdos fixes querem conhecer.

A sua visita será no dia 11 de Outubro 2018, Quinta-Feira, às 19h na VALSA.





MAS... mas... mas... tivemos de gastar dinheiro para o trazer, claro. Não há almoços grátis nem BDs à pala! Então para pagar os custos da viagem e estadia deste autor será publicado um zine que compila três pequenas histórias em Português, publicadas na revista Vice, intitulado Lembras-te do Yang Yang?

Com tradução da Hetamoé, a tiragem será limitada a 30 exemplares. Serão assinados, numerados e personalizados pelo artista. Custará 10 Euros e servirá para garantir um lugar cativo nesse encontro com o artista.

Por fim, e é importante, referir que contamos com o apoio da Poets Hostel para alojar o Berliac. Gracias!

PS - e anos depois, uma resenha crítica de Ana Ribeiro no Banda Desenhadas... a única resenha creio...



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SMALL IS GOOD! Second season?? 

An old Greek proverb says that good things come in small packages. It was with such wisdom in mind that Chili Com Carne first promoted the monthly meetings SMALL IS GOOD! Back in 2010. Our goal was to make the art of self-publishing known to Portuguese audiences – those "small things" that circulate under the broader public radar: zines, CD-R's, k7's, vinyl, graphzines, etc…

Now, we want to bring back SMALL is GOOD! for a second season, in a collective financing model (we hate the word crowdfunding). The idea is that all interested parties donate 10 bucks to sponsor the trip of a foreign independent comics author to Portugal. In exchange, we guarantee your place in an encounter with the artist and a "small thing" produced by them for the occasion. Very nice deal!

We believe it’s healthy for artists and audiences to meet in a relaxed setting, away from the hustle and bustle of larger festivals and events... and it can happen in 2018, with your help!! Oh, and yes: our first choice is Berliac-sensei (Playground, SADBØI, Seinen Crap), the neo-gekiga author that all the cool kids want to meet. 

He'll visit us on 11th Ocober, 19h, at Valsa (Lisbon). 

Everyone who contributes will receive a zine compiling three short stories by Berliac, translated to Portuguese by Hetamoé.

Let's prove that SMALL is GOOD!

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Belo idiota


Ergo Phizmiz : Idiot (Freuq et Repreuq; 2018)

K7 de trabalhos feitos entre 2011 e 2013 por Ergo Phimiz (aka de D.W. Robertson), um dos principais intervenientes da segunda (?) geração de músicos que fazem “colagem sonora”. Tal como em Disco Carousel, vol. 1 (Discrepant, 2016), com a bela capa do Dr. Urânio, esta compilação segue o gosto de fazer bailarico deficiente na roulotte dos churros, tal é o seu fascínio pelas pequenas máquinas imbecis do mundo popular do algodão doce. Também poderia ser o funk dos putos d’O Deus das Moscas ou das tribos do The Book of Dave de Will Self.

Merci Bertoyas!!!

PS - sobre o silêncio neste blogue sobre outros assuntos extra-Chili não se esqueçam que...

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Mystery Park ::: ESGOTADO




Mystery Park, de André Ruivo é o 14º volume da Colecção CCC, edição em parceria com The Inspector Cheese Adventures e com o apoio do Instituto Português de Juventude e Desporto.
ISBN: 978-989-8363-14-5
96p. p/b 16x23cm, capa preta sobre cartolina Pop pistachio 240gr.
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ESGOTADO talvez ainda apanhem exemplares à venda na Matéria PrimaFábrica FeaturesMundo Fantasma, Staalplaat (Berlim), La Central (Espanha), McNally Jackson (EUA), Orbital Comics (Inglaterra), Neurotitan (Berlim), Rastilho, Objectos Misturados (Viana de Castelo), STET e LAC (Lagos).
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sobre o livro: pianistas bêbados, patinadores, cães e donos, pássaros, carros, leitores de jornais, polícias-crianças, chá, guitarristas, peixes, rádio a pilhas, fumadores, táxis, mergulhadores, fotógrafos, walkman, robots, índios, gémeos, gatos, namorados, casais, bichos de estimação, semáforos, sem-abrigo, detectives.

Historial: 
lançamento no dia 1 de Abril 2012 nas seguintes coordenadas de GPS: +38° 41' 46.11", -9° 12' 13.04" (Pavilhão Tailandês, Jardim Vasco da Gama em Belém, Lisboa) ...

Feedback: 
(...) personagens desproporcionadas e pelas linhas mirabolantes do contorno, carateriza-se também por um singular gesto de humor e ironia. Mystery Park, que reúne esquissos e desenhos produzidos pelo autor durante o ano de 2006, em Londres (...) são marca de um longo período de trabalho do autor, mas o traço define-lhe um estilo próprio. Este é um livro com histórias alucinadas em imagens e figuras do quotidiano: ora temos carros aerodinâmicos conduzidos por senhores engravatados e homens com múltiplos chapéus replicados, ora temos músicos, crianças-polícias, patinadores, todos com mãos disformes, muitos com semblantes carrancudos e geometricamente narigudos. Gatos e cães e pássaros, detetives e robôs e outras figuras do nosso imaginário partilham páginas com pianistas amargurados e alguns subliminares e provocantes jogos de palavras. Simples, divertido e muito inteligente, Mystery Park é um bom exemplo da qualidade da ilustração que se faz no nosso país e também uma boa oportunidade para introduzir um público mais juvenil a este tipo de desenho menos convencional. 
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Sublinhemos a ideia de “passeio”, e atente-se à forma como quase todas estas personagens, viaturas ou outras criaturas parecem ser captadas a meio de um qualquer movimento, acção, como se interessasse transmitir acima de tudo algo que apenas vislumbramos mas se distende num tempo impossível de capturar. Talvez seja parte do mistério anunciado no título.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

QCDA #1000 [ESGOTADO]


Zé BurnayRudolfoAndré Pereira Afonso Ferreira fazem BD em Portugal (LOL). Cansados de andar por aí cada um para seu lado, a editar a sua cena em formatos betinhos, os Quatro Chavalos Do APOPcalipse decidiram reunir-se sob a benção da editora Chili Com Carne para uma antologia de BD à séria, em que cada um faz mais uma vez o que lhe dá na real gana, mas desta vez em glorioso formato A3. Falamos do QCDA#1000, claro, que reúne quatro histórias de quatro páginas cada, com um alcance de temáticas que vai desde a prevenção do acne existencialista ao comentário da sociedade mágico-equestre contemporânea, passando pela exploração das várias correntes de arquitectura necromântica e pela análise comportamental de altas patentes do exército quando confrontadas com criaturas lendárias.



Capa a cores + 16p. impressas a roxo no formato A3. Design: Rudolfo. ISBN: 978-989-8363-23-7. Apoio do IPDJ e Wormgod. 500 exemplares - últimos exemplares talvez ainda à venda na BdMania, Mundo Fantasma (Porto), LAC (Lagos) e Black Mamba.







Historial : este COMIX/zine/XXL foi lançado no Angoumerde Fuck Off 2014 e em Portugal no Festival Rescaldo ... exposição de originais no Anicomics 2014 
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Feedback : uma óptima iniciativa que se devia repetir, regularmente. Faz favor. Planeta Satélite ... Nomeado para Melhor Obra Curta (de André Pereira) pelos Prémios Central Comics 2015