sábado, 29 de outubro de 2016

ccc@bd.amadora.2016



Este ano a Associação Chili Com Carne está representada na BD Amadora com um stand próprio tal como aconteceu no ano passado

Infelizmente ao contrário do ano passado não podemos ter um espaço aberto aos fanzines devido a problemas de organização do próprio festival (um drama de bastidores à Maquiavel da Porcalhota) e pela falta de interesse de uma outra editora que deveria ser parceira nesta ideia - não dizemos quem é porque é como bater no ceguinho... No entanto tentaremos no espaço limitado o máximo de editores independentes que conseguirmos estando representados os livros da MMMNNNRRRGRodolfo Mariano e Ruru Comix e as serigrafias do Mike Goes WestEstamos abertos a mais propostas mas ficará fechado ao grupo de artistas e editores associados à Chili Com Carne, temos pena...

Consultem o CCCalendário (a primeira lista à vossa direita deste blogue) para saberem os dias que lá estaremos... Contem com exposições e novos livros de Nunsky (e um novo Mesinha de Cabeceira!) e o sul-africano Anton Kannemeyer - este último com sessões de autógrafos no fim-de-semana de 29 e 30 de Outubro e uma visita guiada à sua exposição no dia 30 às 17h. 

Visitem-nos para a vossa sanidade!!!

Já não sou eu que vivo /// MUNDO FANTASMA até 29 de OUTUBRO




It's no longer I that liveth é um livro sobre ter treze anos em 1986. Relata alguns meses na vida de Francisco Ferreira, entre a região de Lisboa e Évora. Francisco Ferreira tem a pior das idades. Uma idade em que o Deus da infância já não existe e não há ainda outro Deus que o substitua. Uma idade em que já não se brinca e ainda não se tem amigos verdadeiros. Uma idade niilista. Uma idade sem nada. Mesmo assim Ferreira descobre qualquer coisa, agarra-se a qualquer coisa.

inaugurou no passado dia 6 de Agosto na Galeria da MUNDO FANTASMA [Shopping Center Brasília Avenida da Boavista, 267 1o. Andar, Loja 509/510, Porto] e estará patente até 29 de Outubro

Francisco Sousa Lobo nasceu em 1973, em Moçambique, e vive entre Londres e Falmouth, no Reino Unido. Estudou primeiro arquitectura, depois arte. Em Londres acabou recentemente um doutoramento em arte, em Goldsmiths. Em Falmouth University ensina na licenciatura de Ilustração. Publicou vários livros de banda desenhada: Câmara Escura (Bedeteca de Lisboa; 2003), O Desenhador Defunto / The Dying Draughtsman (Chili Com Carne; 2013), O Andar de Cima (Ar.Co + Chili Com Carne; 2014), I Like Your Art Much (ed. de Autor; 2015), The Care of Birds / O Cuidado dos Pássaros (Chili Com Carne; 2015) e O Problema Francisco (Gulbenkian; 2015), também publicado em Espanha pela Ediciones Valientes. Prepara agora dois novos livros: Os Quarenta Ladrões (inquérito a artistas e críticos sobre a questão da influência) e Nuvem (sobre a Cartuxa de Évora).

ENTRETANTO:


O novo livro de Francisco Sousa Lobo, co-edição entre a Chili Com Carne e a Mundo Fantasma, não saiu na inauguração, devido a atrasos de impressão - o trabalho afinal é, como sempre com as BDs de Sousa Lobo, extenso... São 88 páginas e a duas cores, o que requer tempo quando se imprime em risografia.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Zines associados


Perdidos #1 é uma publicação desdobrável que um gajo tem de montar para aceder a intervenções gráficas de ilustradores sobre o tema dos "folhetos de animal doméstico perdido", ideia entre o mórbido e o fofo (coincidência que em italiano mórbido significa fofo!) do mesmo editor de El Monstruo de Colores no tiene boca. Por acaso o desenho mais interessante é da nossa 'tuga Ana Menezes para nosso gáudio nacionalista da treta ao ponto de até o reproduzimos aqui como ícone para este "post" sobre os zines de autores associados à Chili Com Carne participaram ou lançaram - e que não tenho tido tempo nenhum para os divulgar, aqui vai!!

Continuando entre castelhano e português, Cotidiano de Lujo #1 de Júlia Barata (ou Tovar, é assim que assina em Zona de Desconforto) é uma recolha de BDs sempre a abrir - porque a vida quotidiana é isso mesmo! - desta autora portuguesa residente na Argentina. Entre a leveza de uma Maitena (ergh) e algo mais naíf e verdadeiro - a quinta vinheta da página 14 é fantástica! - Júlia conta as suas aventuras autobiográficas com a família e a sociedade argentina. Para quem gostou do que ela contou no Zona de Desconforto esta é uma óptima forma de não lhe perder o rastro. Quando sair o número dois espero que ela avise de tal! Ah! Este zine e outros da autora e do seu marido Alejandro Levacov estão disponíveis na nova livraria lisboeta (ena!) Tigre de Papel.

O Sim Mau apareceu na Feira Morta na Bedeteca de Lisboa com uma série de zines produzidos na sua estadia numa escola de BD em Viborg (Dinamarca). Cyclops #4 cujo tema "Interpretations" é o resultado das classes dadas pelo argumentista Steven T. Seagle (um cromo da indústria norte-americana dos "comics") com cerca de três dezenas de alunos a interpretarem um texto (muito) simples que o gringo escreveu. Um exercício que tem tudo de "oubapoano" e mostra como realmente algo como um texto tão simples pode ter tantas visões diferentes. Seria algo que as escolas de BD portugueses deviam deitar cá para fora o tempo todo... Com outro aluno da mesma escola, o norueguês Erlend Sandoyjuntos fizeram o zine Man, take your freedom que parece um libreto da revista Mad para um oratório da Santa Igreja Queer dos Ogres Contabilistas. Sim Mau desenha a narrativa e Sandoy embeleza com molduras com motivos "Sword'n'Sorcery", quem escreve os versos não se sabe mas é aqui que se percebe que os Game of Thrones são uma má influência para a nossa Juventude! Ámen! A solo ainda há A day in school with refugees que sabe a pouco para tema tão importante, ou seja, sobre a escolarização de jovens refugiados (da Síria) e os seus problemas de adaptação na Dinamarca. Com um "final feliz" não deixa de ser estranha uma abordagem tão superficial mas a sinceridade é assumida desde o título de 12 páginas A4. Foi só um dia...

Por fim, III é o primeiro zine (acho, apesar do título indicar o contrário) de Rui Moura, um jovem artista que faz culto de arte freak e todo o fumo associado. Esta BD que publica está muito verdinha para aquilo que sei que é capaz de fazer, conheci-o através de uma candidatura interessante para o concurso dos "500 paus". Diria que serviu de desculpa apenas para experimentar a edição e o linóleo. Fazes melhor do que isto, certo?

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

ccc@doc.lisboa.2016


Mais uma vez a Associação Chili Com Carne regressa ao DocLisboa com exposição comercial de livros nossos que estejam na senda do "documentário" em BD... E já agora destacamos a retrospectiva de Peter Watkins e em especial o seu filme proíbido The War Game.

sábado, 8 de outubro de 2016

CHILI COM CARNE @ SILVEIRA ROCK FEST


No próximo Sábado, dia 8 de Outubro, a Chili Com Carne terá alguns livros à venda no Silveira Rock Fest. Haverá também uma apresentação do André CoelhoPara mais detalhes, consultem a página de facebook do evento AQUI!


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Conhecido no mundo da música mais extrema pelos seus trabalhos como ilustrador, designer e músico experimental, André Coelho vem ao Metal Market no Silveira Rock Fest apresentar o seu livro de ilustrações ICONOLATRY lançado pela editora Universal Tongue. Juntamente, teremos a presença da Chili Com Carne, associação que reúne diversos jovens artistas e que tem promovido e desenvolvido imenso trabalho no campo das artes, onde podemos encontrar algumas publicações do André Coelho. A apresentação decorrerá na zona do Metal Market ás 19h10 durante um dos intervalos dos concertos.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Rabos ingleses!

foto de Marina Oliveira - há mais aqui

Na essência assim foi a festa de lançamento dos 500 Paus e do livro Acedia de André CoelhoSmell&Quim hairless British old fart's bums and noise... Foi divertido!

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

FESTA de LANÇAMENTO de ACEDIA e os 500 PAUS com SMELL & QUIM e shhh... vs RASALASAD

FESTA!!!!!
{tri-produzida pela Chili Com Carne, Nariz Entupido e Thisco}

A vida não pode ser só trabalho!

Se bem que no mundo pós-moderno o trabalho & os tempos livres já quase são a mesma coisa - mandem os tlms pró lixo!!!

Mas vá... Dia (noite!) 6 de Outubro no Lounge Lisboa há muita coisa para celebrar:


- o lançamento do regulamento do concurso interno TOMA LÁ 500 PAUS e FAZ UMA BD! pela Associação Chili Com Carne

- o novo livro-bomba de André Coelho, ACEDIA, vencedor da edição de 2015 do concurso Toma lá 500 paus e faz uma BD!

- estreia absoluta em território nacional dos Smell & Quim, uma verdadeira banda de bailarico! Mentira! Vai ser Noise do valente, vamos ver quem é que vai ficar até ao fim! Antes deles, o versus mais simpático de Portugal: Rasalasad e shhh...


cartaz de André Coelho

Sobre os músicos:

Smell & Quim --- Nos idos anos oitenta surgem no circuito internacional da musica ruidosa experimental uns iconoclastas sonoros britânicos de seu nome Smell & Quim que tomam de assalto a cena musical internacional aparecendo frequentemente em fanzines, com entrevistas nonsense e criticas aos seus trabalhos discográficos que muitas vezes roçavam a raiva e a aversão. Com um nome em jeito de trocadilho com a dupla pop britânica Mell & Kim, os Smell & Quim foram uma presença habitual no catálogo da editora nacional SPH (percursora da Thisco), já que era esta que distribuia todo o seu catálogo por cá, catálogo este que era difícil de actualizar já que frequentemente os seus discos ficavam retidos nas alfândegas ou eram devolvidos à procedência devido ao alto teor provocatório das suas capas, já que o imaginário e fascínio visual dos Smell & Quim pela pornografia, fetichismo e necrofilia era bastante explicito, tudo isto na era pré-internet.
Os Smell & Quim têm discos editados um pouco por todo o mundo, com destaque para as editoras Cheeses, Old Europa Cafe, Tesco, Red Stream ou Elsieandjack e gravaram com Aube, Merzbow, Evil Moisture, entre outros. Recentemente a Thisco editou uma cassete com uma colaboração com Rasalasad. As suas raras actuações ao vivo nunca foram concensuais e eram habitualmente incómodas para aqueles a que elas assistiam pela sua estética visual crua e visceral. Estarão hoje os Smell & Quim domesticados? Esperemos que não e é ver para crer.

shhh... --- Rui Bentes iniciou o projecto shhh… em 2003 e que conta com quatro álbuns editados, apara além de diversas participações em splits e compilações, ultrapassando as duas dezenas de edições fonográficas em CD, DVD, vinil, cassete, disquete e on-line nas editoras Thisco, Enough Records, Cold Model Records, Floppy Kick Records, Signal Void e Cobra Discos, em países como Portugal, Canadá, Espanha, Hungria e Japão, tendo colaborado com Sci-fi Industries, Dave Philips, Thisquietarmy, Anla Courtis, Philippe Petit, Cris x, Francisco Lopez, Kenji Siratori, Carlos Zíngaro entre outros. Partilha o projecto The Sleeper Has Awakened com Helder Luís e como complemento da música que faz, também cria a maioria dos vídeos para shhh… e produz composições para teatro, exposições, dança e instalações audiovisuais para o Bando, Útero, A Gaveta, Adriana Queiroz, Galeria da Salgadeiras, The Brooks Museum of Art, Fábrica da Pólvora, contando já com mais de quarto dezenas de peças. Em conjunto com a Overlook Filmes produziu três curtas-metragens, fazendo captação, mistura, sound-design e música original. Também criou o som para o filme de animação Alda e exerceu funções de co-director de som no filme Eclipse em Portugal, tendo até ao momento participado em seis filmes. Recentemente fez a composição sonora para um filme multimédia do Planetário de Lisboa.

Rasalasad --- Fernando Cerqueira iniciou as suas actividades no final dos anos 80 com o seu projecto de musica electronica industrial Croniamantal, com o fanzine Atonal e a editora SPH, onde editou Jim O'Rourke, Merzbow, Brume, The Haters, Telectu, etc... No final dos anos 90 funda o projecto de musica electronica Ras.al.Ghul com que edita vários CDs para a Symbiose, Thisco,  SPH, Grado, Blocsonic, Illuminated Paths, La Nostalgie de la Boue e Moloko +. No virar do século lança a editora Thisco, onde edita Merzbow, KK Null, Rapoon, Lasse Marhaug, Jarboe, Von Magnet, entre muitos outros.  A par da Thisco é editor das antologias oculturais Antibothis, onde participam Hakim Bey, V. Vale, Carl Abrahamson, Critical Art Ensemble, André Coelho, Pentti Linkola, Robin Rimbaud, Francisco Lopez, DJ Balli... Participa no documentário sobre a musica electrónica nacional, TeclaTónica.  As suas mais recentes edições incluem edições em colaboração com Matthew Waldron de irr.app.(ext.) e Nurse with Wound, Merzbow, Emil Beaulieau, Jarboe, Von Magnet, Hiroshi Hasegawa, Smell & Quim, Wildshores entre outros.

domingo, 2 de outubro de 2016

Anarquia transgênica

Não há volta a dar... fui à Feira Anarquista de Lisboa e vi aquilo mais morto que a feira (de edição independente) que se chama Morta! Saquei de lá o Boletim da BOESG e querendo fazer aqui alguma resenha ou divulgação do espaço só fui encontrar uma imagem do dito boletim no sítio em linha do Pacheco Perreira. Isto para dizer que não consegui encontrar em nenhum dos sítios oficiais ligados ao Boletim. Yup! O estado português não tem de se preocupar, a Anarquia em Portugal está moribunda sem ser capaz de se organizar ou sequer ser imaginativa para ser, pelo menos, subversiva - e isto já é pedir o mínimo dos mínimos de quem se intitula de "anarquista". Serve para apenas para manter os arquivos de um gajo do PSD actualizados...

Já ficamos a saber que os livros da Chili Com Carne sobre os temas "anarcas" escritos pelo Rui Eduardo Paes são mal-vistos por alguém por estas bandas. Como se diz por aí, quando um livro é publicado ele serve para discussão e reflexão. Só que invés dos "anarcas" aproveitarem para discutir e criar canais de diálogo sobre esses livros, preferem ignorar tal é o snobismo digno de betos que são. Será o actual movimento (movimento?) português contemporâneo da anarquia um grupinho com "donos"? Uma seita? Uma Monsanto de "trademarks"? Talvez seja por isso que a Feira Anarquista em oito anos diminuiu as suas mesas de editores em metade das presenças na sua primeira edição invés de aumentar como deveria ser normal? As guerras interinas são tão evidentes que até mudou de denominação nos últimos dois anos para Feira das Edições Subversivas, segundo creio... Mein Gott! Unmöglich! Enfim, um rol de tristezas que coloca os "anarcas" portugueses ao nível da tipificação salazarista do português mais comezinho. Ainda estou para perceber porque passado oito anos voltaram a convidar a Chili a estar lá com as suas edições. Se foi um acto de confronto com os Lideres espirituais, fixe, significa que há anarcas que estão contra as forças internas da superstição e do dogmatismo bacoco. Se foi um acto de coragem para ultrapassar a ideia de que a libertação do ser humano deve ir para além de pensamento político e dos manifestos surrealistas do século passado, mais honrados ficamos! Afinal estamos em 2016 e do André Breton o que curtimos mesmo é a terrinha onde ele foi bater as botas, bem bonita a aldeiazinha, catita para ir lá de férias beber uns licores. Vai uma aposta que pró ano não nos convidam e a Feira terá quatro mesinhas com a mesma edição de Homenagem à Catalunha?

Mas vamos ao que interessa, o Disgraça é um espaço social libertário que fica na Penha de França - este ano até foi lá o nosso Camarada Balli e tudo! - e alberga várias organizações alternativas ao sistema. Entre elas, a ex-Biblioteca dos Operários e Empregados da Sociedade Geral que era uma biblioteca de trabalhadores de uma companhia comercial de barcos, que se transformou na Biblioteca Observatório dos Estragos da Sociedade Globalizada. Mais que uma cosmética de nome, houve a sensatez de conservar um acervo histórico de livros de operários em que inevitavelmente encontraremos alguma literatura tóxica, mas que entretanto têm-se acrescentado livros "de meios para ultrapassar esses estragos" ou seja, literatura anarquista, libertária, feminista, vegetariana, etc... Abre às sextas-Feiras entre entre as 16h e as 23h para quem não se quer ficar só pelo jornal Mapa ou para qualquer um que queira apenas ler algo uma vez que a biblioteca municipal daquela zona foi deslocada para um sítio horrível graças à gestão pindérica da sua Junta de Freguesia - basta fazer um "google" de imagens para perceberem onde estava situada e onde foi parar!