sexta-feira, 17 de junho de 2016

Isto é bom?


Para quem pensava que a Islândia é apenas divas + modorra Pop eis que há para lá muito Black Metal indómito que a portuguesa Signal Rex está a trazer ao mundo. O que dizer dos Nornahetta que andaram à porrada no palco no último festival de Barroselas? O que dizer do seu The Psicocybin Tapes (2016), que é Black Metal improvisado?
O quê!?
O CD junta as quatro k7s da banda e uma actuação ao vivo, ou seja todo o seu historial de gravação, e na contracapa está escrito: No rehaearsal - no writting - only death. Improvisação no Metal parece-me um paradoxo, quer dizer, nada contra, pensava era que os metaleiros fossem contra essa ideia de tão anais que são com a sua música que geralmente tem de ser bem gravada, bem tocada, bem produzida, etc até ao infinito pintelho do virtuosismo. Mesmo o Black Metal sendo o bastardo badalhoco do Metal não acreditava que pudessem entrar neste registo de improvisação! Claro que não estamos no ramo do aleatório da música improvisada porque a banda toca com formas cristalizadas do género, pedaços de estruturas tipificadas, como se fossem samples que reorganizados na improvisação não fogem ao soaria se a música tivesse sido escrita e ensaiada debaixo da gruta cheio de gelo e fósseis marinhos. Será melhor assim? Ou será melhor ouvir os Naðra e o disco Allir vegir til glötunar? Este é um "state-of-the-art" do BM, é tão apurado e ao mesmo tempo solto e imprevisível (dentro da norma) que poderia ser improvisado também. Será que é? Isso importa?


Os genitais ficam gelados de ouvir todo este berreiro (em) islandês... E o que dizer da k7 de  de Hiroshi Hasegawa (lembram-se C.C.C.C.?) e Rasalasad? Editada pela reavivada Thisco (nossa parceira em várias ocasiões e em especial na colecção THISCOvery CCChannel) eis Japanoise extremista cheio de dinâmica de um lado, para fãs de Merzbow (curiosamente só a Thisco é que teve tomates para o editar cá!) e de outro Dark Ambient made in Portugal. Se sobre "japanoise" não há muito a dizer excepto que é sempre uma experiência radical já sobre o Rasalasad fica-se espantado por ter fugido ao seu universo soft que nos habitou e pela dinâmica sonora, lembra algumas peças cósmicas de KK Null não sei porquê... Não conhecia esta faceta agressiva de Rasalasad, bem poderosa! Notas negativas para a edição pobre em conteúdo gráfico (até os metaleiros islandeses fazem-no melhor!) e pelo som muito mais baixo de Rasalasad comparativamente com Hasegawa...

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