quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Água molly em pedra dury tanto bate até que fury

Estranha coincidência ler o novo número da Molly (Ruru Comix; 2015) na mesma semana que leio o editorial da The Wire deste mês em que relata a existência dos Seppuku Pistols, uma banda japonesa que poderia ser definida como "Edo Punk Folk"... Estranho? Não! É nipónico! Irreal? Sim se for apenas contado oralmente ou escrito porque depois de verificado na 'net pode-se confirmar que existe tal coisa - e outras ainda mais bizarras daquelas ilhas. Uma das BDs do Rudolfo neste segundo volume é sobre um projecto Noise japonês fictício mas o autor criou uma história bastante verossímil que podemos acreditar durante uma vida inteira que o tal projecto existe ou existiu - basta não ter curiosidade ou estar morto! Mas é assim a Molly... um conjunto de apontamentos autobiográficos e micro-ficções em que a dada altura misturam-se ambos como uma BD em que este escriba faz parte doutro complot ficcional de um zine que (também) não existe.
São muito interessante estas invenções "Pop underground" numa era que tudo está catalogado e analisado e em que o mistério e anomimato são proibidos. É um caminho que vale a pena desbravar!

As Mollys estão disponíveis na shop da CCC.

 Na festa de lançamento d'O Subtraído à Vista tocou o Acid Acid e daí ter chegado às minhas mãos o CD-R Live at Sabotage 18.04.15 - (Nariz Entupido; 2015). São 32 minutos de psicadelismo setenteiro - porque nos últimos três anos the 70s are back! - que começa em modo relax para chegar a um pico e acabar. A busca é cósmica com "anyone can play sitar" (mas é mesmo uma guitarra), batidas etno-electrónicas, sons sintetizados, feedback de guitarra e uma convinção moral que isto vai dar prá "trip". É uma experiência bastante agradável embora já sabemos que isto só bate à séria com ganza e o corpo possesso pelos tambores africanos. Assim é apenas uma boa intenção caucasiana de quem sabe que iremos todos apodrecer neste planeta.

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