terça-feira, 10 de março de 2015

No papel e em três vias! O Relatório 2014 à antiga!

Amanda Baeza, Sofia Neto e Hetamoé a apresentarem o QCDA #2000 no Alt Com, Malmö

O mundo dá voltas e voltas para ir parar ao mesmo sítio... Desde 2012 neste blogue que escrevo um relatório sobre edição independente e fanzines de BD em Portugal para manter a chama acesa de uma tradição que começou em 2000 pela Bedeteca de Lisboa no seu boletim Contador-Mor e mais tarde para o seu sítio oficial bedeteca.com (desactivado ou desactualizado desde 2011) em que se fazia um resumo do ano em volta das várias áreas da BD em Portugal: fanzines, crítica, autores, edições, festivais, investigação e movimentos.

Entretanto, foi-me desafiado por João Machado, do Clube do Inferno, para publicar o artigo anual relativo ao ano de 2014 numa publicação intitulada de Maga. Voltar ao papel impresso faz todo o sentido... afinal para além do Contador-Mor, houve também os relatórios das discussões de 1996 e 1999 promovidas pela Bedeteca de Lisboa e a Associação do Salão Internacional de BD do Porto, recolhidos no Hoje, a BD  1996/1999 (Bedeteca de Lisboa; 2000) - um "livro branco" sobre o "estado da nação" e dos poucos registos sobre a BD portuguesa contemporânea em livro.

A verdade é que 2014 foi um ano de expansão da BD em geral no seu diminuto mercado, e o que passou "em cima" (no mundo comercial) também foi acompanhado "em baixo" (no "underground"). Corre-se o risco de fazer listagens fúteis porque quase todos os pontos que costumo focar nestes relatórios - o número de edições e de eventos, a publicação no estrangeiro de autores portugueses, as visitas de estrangeiros ao nosso país, etc... - revelaram aumento, não só em quantidade mas em qualidade.

Se o "underground" sempre foi uma cena de resiliência - seja na BD seja música ou noutra área criativa qualquer - também é o sítio de pensamento crítico e de atitude e de actos de ruptura. Desde dia 7 de Janeiro que vivemos noutro mundo e publicar o relatório em papel invés de colocar imediatamente em linha parece-me um bom obituário para um mundo passado e muito diferente deste que vivemos agora, com o Futuro mais "incerto" do que nunca.

No que toca à edição independente de BD em Portugal - ou à BD em geral - até parece um futuro risonho. "Risonho?  Deves estar a brincar!?" dirão... Meus caros, depois de tanta miséria franciscana nos últimos 10 ou mais anos, o que está acontecer, com a crise (oficialmente extinta segundo o nosso Governo!) e tudo o que isso significa, 2014 foi uma alegria de edições e acontecimentos. Seguindo a lógica, 2015 vai ser uma galhofa!!!

O artigo já está escrito e intitulado O teu smart-phone ‘tá manchado de sangue! [relatório de fanzines e edição independente de BD em Portugal 2014] deverá sair na próxima Feira Morta (dias 28 e 29 de Março na SMUP, Parede) num livro que colmata 10 anos de ausência de qualquer tipo de publicação de crítica ou ensaio sobre BD em Portugal - com algumas excepções - desde o fim das revistas Quadrado e Satélite Internacional.

Será uma edição entre o Clube do Inferno e a parceria Chili Com Carne / Thisco - colecção THISCOvery CCChannel.

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