quinta-feira, 31 de março de 2011

Reality Show ou alegoria das cavernas + Degrau (cuidado)


Albero Pimenta + Ana Deus, Alexandre Soares, Pedro Augusto, João Alves
Mia Soave; 2011
Nuno Moura, poeta pós-boémio, voltou às lides editoriais. Nos anos 90 criou a Mariposa Azual, editora de poesia sua e de outros semi-marginais como a Adília Lopes. Quando parou foi com muita pena nossa dada a qualidade das escritas e das edições...
Este ano lançou um livro de Alberto Pimenta e com isso uma nova editora, a Mia Soave, que já se impõe como exemplo editorial. O livro publica a poesia irreverente de quem têm repulsa pela guerra e pelos mass-media. É ainda acompanhado por um CD de áudio com Ana Deus e outros músicos a darem voz e som a poemas de Alberto Pimenta - poemas diferentes do que estão publicados no livro. Ana Deus têm uma carreira singular na música portuguesa, o seu registo aqui foge a sete pés de recital bacoco e dos tiques femininos que estamos habituados em cantoras. Não é a primeira vez que a ouvimos com as cumplicidades dos "toques electrónicos maravilhosas" mas aqui a poesia de Pimenta o gozo é mâíóre... Excelente regresso!

quarta-feira, 30 de março de 2011

fotos do lançamento do Boring Europa


(27/03/11 @ MapDesign)

Quinta dimensão

 


Dr. Frankenstein in 4 Dimensions (DDJ; 2010) 

Eis o quarto álbum da melhor banda Surf Rock portuguesa, liderada pelo guitarrista André Joaquim. Se nos anos 90 as edições da banda andaram por edições de natureza fragmentária (demo-tapes, singles, colectâneas) neste milénio elas tiveram um cunho oficial de álbuns - mesmo que estes tenham saltitado de editora em editora, acabando agora este último numa auto-edição pela Deep Dark Jungle, "label" de Joaquim onde curiosamente começou a sua carreira com o EP "dos" Red Headed Men - ele tocava tudo sozinho, grande disco! 

Cada etapa da discografia "oficial" corresponde a uma evolução da banda. Em The Lost tapes from Dr. Frankenstein's Lab (Lowfly; 2000) tratava-se de um resumo de temas perdidos nos outros formatos e estava cheio de pica. Pica essa que não se perdeu no "difícil segundo álbum" (esse mito do rock) em The Psychotic Sounds of Dr. Frankenstein (Zona Música; 2002) para além de ter entrado em outros campos musicais mais sofisticados mostrando que nunca foi uma banda linear. Quem toca este tipo de música (Surf/Rock/Garage) têm de ter pica - essa é a regra número um que já se sabia há muito. Reciclar um estilo "Retro" e trazer novas ideias já é outra estória e que ficou explícita no segundo disco e ainda mais no Chapter III: The Dragon lounge Connection / Crime scenes and murder songs from Dr. Frankenstein's laboratory (Double Crown; 2005) em que se expandiu quase para uma lógica de "big band", ao incluir uma secção de metais. Sim, com este disco os Dr. Frankenstein ganhou uma nova dimensão, pena que a tenha perdido justamente neste CD que se chama "a quatro dimensões".

Visto que o sucesso de carreira com o estilo "surf rock" é quase impossível em Portugal dada à falta de circuito para o Rock em geral, quanto mais para um "sub-género" (quantas vezes vi grandes concertos desta banda com menos de 30 pessoas!), e depois de três ignoradas tentativas de exposição pública talvez faça sentido voltar às raízes - sejam elas sonoras quer editoriais. Este disco é uma "curte" saudável para quem gosta de soltar a franga. São apenas 21 minutos, exigia um vinil de 10"! Claro que se faz "repeat" na aparelhagem e vai-se ficando viciado. Parece haver mais vozes no disco do que normal - a banda é "instru-mental" havendo esporadicamente um tema ou outro com voz e letras. Talvez por ser um disco tão curto que as músicas com voz apareçam em excesso. Este álbum desilude porque raramente "solto a franga" aos 37 anos com o peso consciente dos ossos, estes preferem estarem esticarem-se no sofá e mandar a mente trabalhar. Longe de ser um mau disco - os Dr. Frankenstein nunca o fazem! - é estranho não ouvir aqui aplicadas as ideias geniais do projecto Santa Apolónia (projecto solo de Joaquim, é grátis, saquem, saquem!!!). Sei que são projectos diferentes mas parece que se perde tempo em fazer muitos projectos com nomes diferentes, em que se estanca e arruma-se muito bem as coisas perdendo-se uma visão de ruptura / progresso / arte. Este álbum não adianta nada ao que já se fez, seja na carreira dos Dr. Frankenstein seja no "Retro-género". Não haver um risco contemporâneo que seja vai contra a expectativa do título do álbum. Sim as capas enganam e esta é uma delas, a música não tem quatro olhos como a sua modelo-mutante da capa, têm antes quatro mamas!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Boring Europa @ MapDesign



+ informações aqui

terça-feira, 15 de março de 2011

Restos mortais do livro "Boring Europa" (lançamento dia 27)

é Oficial e Finalmente!
vai ser lançado o livro Boring Europa, resultado dos "diários de viagem" dos participantes da Tour europeia da Chili Com Carne realizada em Setembro do ano passado. o lançamento está previsto em duas datas (não conseguimos deixar o jargão roqueiro on the the road!), uma em Lisboa e outra no Porto.
Em Lisboa será na MapDesign, nova galeria de Arte Urbana, dia 27 de Março, às 17h com a presença de autores da Chili Com Carne, boa música e copos. este lançamento insere-se no âmbito da exposição de diários gráficos Os Desenhos e as Suas Viagens (com Eduardo Salavisa entre outros) que estará patente na galeria entre 17 e 31 de Março.
No Porto, será lançado no dia 2 de Abril na Feira do Jeco que está inserida nas comemorações dos 10 anos do espaço Maus Hábitos.
ambas iniciativas terão a presença do infame CABAZ UNDERGROUND (na realidade um tupperware) cheio de recuerdos da tour que será oferecido com vendas de rifas! Para breve informações sobre este "cabaz".
Pimba!
...
deixamos algumas imagens que não entraram no livro. esboços de Marcos Farrajota e Ana Ribeiro, um gozo do esloveno Jakob Klemencic, uma ilustração da alemã Karolina Pyrcik (sobre as drogas que não se devem comprar na baixa lisboeta) e umas fotos de uma casa abandonada em Pancevo com desenhos de pessoal da cena da bd sérvia - aliás, a ideia que o livro iria ter uma secção "street art" das cidades que passamos foi abandonada assim que o livro começou a engrossar... bem, depois vocês poderão ver prá semana!



ah! e este será o primeiro volume de uma nova colecção de livros de viagens da CCC. a colecção chama-se LowCCCost e a próxima pagagem é Guiné e Senegal!

terça-feira, 8 de março de 2011

Anacrónico internacional para contemporâneo português


Lost Gorbachevs : Rolling Stones Live Tape (Murder+ Degradagem; 2010)
Tiago Sousa & João Correia : Insónia (Humming Conch; 2009)


Dois projectos equidistantes no ruído. Do Porto faz-se barulho do bom, e os Lost Gorbachevs é mais um caso em que o Grind e o Free Jazz juntam-se como se alguma vez tivessem sido coisas diferentes. É uma gravação ao vivo, a 19 de Janeiro 2009 no Porto Rio, em que os temas Cadáver Canibal, Cona Anal ou Morte por Napalm não deixam dúvidas a quem se dedicam. Só é pena que a gravação da k7 (sim foi editada em k7!) seja uma merda, e que o lado A esteja ainda mais mal gravado que o Lado B. Em suma não se percebe um caralho e fico a pensar porque raios um gajo quer isto!? Se era pela piada de cada lado ter 6'66" de tempo mais valia editar em single em vinil. Esta edição é uma ofensa para a k7, sem dúvida o meio de reprodução de áudio mais fixe e plástico até hoje inventado (Fuck CD-Rs! Fuck mp3s!)... E claro também é cuspir nesta boa música e nesta banda que inclui pessoal dos lendários Genocide - bem como o omnipresente e hiperactivo Gustavo Costa.
Em Lisboa, o pessoal é mesmo calmo... calmo demais que até custa ouvir o disco de Tiago Sousa (mentor da extinta netlabel Merzbau) que ao piano prega-nos uma seca tal... É injusto, a culpa não é dele, nós é que temos na vida rotineira e apressada da cidade uma aptidão cada vez mais reduzida para o "minimalismo" ou para o "acústico"... Só pedimos mais e mais barulho e mais e mais batidas para conseguir anular o vazio da vida urbana e para conseguirmos abafar os outros barulhos que nos agridem. Não admira que o Noise tenha sido tão "popular" nos últimos anos. Como anular o Techno nojento a bombar do vizinho de cima? Com mais barulho... com um Merzbow, por exemplo. Não conseguimos parar (em qualquer sentido) para ouvir isto com a atenção que merece e escrevemos estas barbaridades.
Graças ao fim-de-semana prolongado houve vida para ouvir as peças delicadas do disco - já agora editado num simples LP com uma capa ilustrada de Pedro Lourenço. Nada mais calmo e oposto aos Lost Gorbachevs portanto, em que se vai descobrindo partículas sonoras pelo espaço da (nossa) casa - a escolha do vinil não será inteiramente inocente, em CD / digital, de certeza que o piano de Sousa iria soar plano e sem alma. Eis um caso que o casamento do conteúdo com a forma (editorial) é feliz que se aconselha. Curiosamente as notas de gravação do disco falam que foi feita num pequeno quarto no Barreiro, estamos perante uma "capicua musical"? Em que o som do criador nessa intimidade caseira na impossibilidade de ser assitida publicamante regressa aos ouvintes também nesse abrigo chamado casa? Interessante...

Obrigado ao Rudolfo que me arranjou a k7, e ao Tiago pela troca de disco por livro...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Dossiê 2010 : Fanzines

Não sei se o sítio www.bedeteca.com terá futuro, para já é verdade que o habitual Dossiê anual do Estado na Nação da BD Portuguesa nem está funcionar mais... Como a papa já estava feita, vêm para aqui a publicação deste "relatório" sobre os Fanzines de BD de 2010. Podem (re)ler este outro texto que repete algumas coisas e acrescenta outras.

Talvez já tenha mostrado o optimismo no blogue da Chili Com Carne, numa onda de “Mensagem do Presidente para 2011”. Aqui a análise é retroactiva, menos ampla, mais focada e isenta mas os sintomas de optimismo sentem-se – por ter sido escrita pela mesma pessoa, claro está. Aliás, é preciso mesmo olhar para o passado, neste acaso, em 12 meses para perceber que aconteceu muita coisa, tanta que a cabeça ficou tão cheia e insensível que se esqueceu da actividade dinâmica. Foi bom rever o que aconteceu em 2010 ao fazer a pesquisa para este Dossiê.

Com a decadência das grandes estruturas comerciais e institucionais são os “pequenos” que suportam e criam novas estruturas. Este ano faço questão até de fazer uma listagem em vertical para mostrar a força da coisa.

Lista a) Começamos pelo básico! Continuaram a editar:
- Reject’zine (de Andreia Rechena)
- Opuntia Books
- Imprensa Canalha
- Gambuzine
- MMMNNNRRRG
- Associação Chili Com Carne
- El Pep
- Zona BD
- Le Sketch
- Plana Press
- Boletim CPBD
- Kingpin Books
- É Fartar Vilanagem! (de Alexandre Esgaio)
- autora Jucifer (Techno Allah)
- Pedranocharco
- Venham +5
- Toupeira Comix
- colecção Filme da minha vida
- autor Rudolfo (vários títulos)
- Tertúlia BD’zine
- Cleópatra (De Tiago Baptista)
- Znok (de Filipe Duarte)

Lista b) Regressaram:
- Polvo
- Kzine

Lista c) Agora sim, o importante (já explico). Apareceram novos projectos:
- Yoshi, o puto dragão (edição de autor e reedição profissional pela Raging Planet)
- Apupópapa
- Soft Porn Coloring Book
- B74
- Thou the Latrina spoken
- Sou daquelas (de Sílvia Rodrigues)
- Fígado da República (de José Smith)
- dois zines de David Campos
- dois zines de João Ortega
- Intro Espectro (de Tiago Araújo)

A Lista a) mostra uma continuidade de trabalho que insinua uma “profissionalização” dos projectos como é o caso da MMMNNNRRRG, El Pep, Zona BD, Plana Press e Kingpin Books – esta última nitidamente é uma casa comercial que coloca problemas em estar aqui a ser metida mas tendo em conta a pequena expressão no mercado faz sentido estar aqui.
No meio da lista a biblio-biodiversidade domina em objectos e objectivos: do carácter mais coleccionista do Boletim CPBD ao lúdico Le Sketch, do fetichismo dos Opuntias Books à necessidade de exteriorização artística de Andreia Rechena, do conteúdo programático da colecção Filme da minha vida (da Associação Ao Norte) ao institucional de Venham +5 (editado pela Bedeteca de Beja)... Há de tudo para todos neste universo de edição independente em que misturo aqui fanzines, zines, livros de autor, livros impressos em tipografia ou em digital, colecções organizadas, números únicos, etc… Ao acrescentarmos os debutantes da Lista c) ficamos ainda mais ricos: zine/CD contra o Papa, Manga Cosplay-Metal, pornografia para colorir ou bds de continuação a seguir (mesmo!) com atenção.
Duas notas para a lista b) a Polvo que em tempos foi uma editora “média” (para a “média portuguesa”) e detentora de um catálogo histórico, inclui-se nesta análise porque suspeito que o capital da empresa, as tiragens dos livros e a sua projecção comercial está reduzida actualmente a quase qualquer outra iniciativa privada de “edição independente”. O Kzine é um fanzine dedicado à Manga (bd japonesa comercial).
Como repararam a Lista c) além de aplicar novidades em termos de conteúdo também mostra pujança em quantidade, isto se comparamos em relação com os últimos anos – a queixa mais bem registada está no Dossiê de 2007.
Durante os últimos anos, os zines em papel desapareceram gradualmente – ou melhor perderam a força ou foram substituídos pela febre “graphzine”. Em 2010 num “zeitgeist” qualquer apareceram não só novos títulos e novos autores, em que modéstia à parte, deve-se juntar o esforço da antologia Destruição (Chili Com Carne) que reuniu 15 novos talentos da bd portuguesa. Esta lufada de ar fresco há muita que era esperada dada ao fim do ciclo produtivo da geração dos anos 90. A questão que se colocava era se a bd de autor tinha desaparecido de completo? Que não havia novas pessoas a criarem bd de autor?
Talvez até tenha acontecido isso mas estão aqui as novas raízes que esperamos ver florescer em 2011 e para a frente. Quem sabe talvez do panorama desolador dos últimos anos venha a dar frutos como aconteceu há 20 anos atrás quando só havia Meribérica-Liber, Jim Del Monaco e o Clube Português de BD.

Internacional:
+ do mesmo, isto é a Aldeia Global já é uma Cidade em que não estranha os estrangeiros que entram nos seus terrenos… Miguel Carneiro e Marco Mendes publicados na revista eslovena Stripburger (Mendes duas vezes!), André Lemos no Lazer Art’zine (Bélgica), no ZI-NE (Roménia), na antologia Gazeta (EUA) e provavelmente em muitos mais sítios mas que não conseguimos seguir todos; José Feitor, Marcos Farrajota, Pedro Zamith e Pepedelrey no calendário brasileiro Pindura 2011, vários autores da Chili Com Carne no zine espanhol Combate (Ediciones Valientes), Teresa Câmara Pestana na La Bouche du Monde (França) e ainda um livro de autor de Marta Monteiro pela Café Royal (Inglaterra). Também houve presenças em festivais internacionais como o Crack (Itália) e Alt Com (Suécia), para além de participação de André Lemos nas exposições “Leaf and Signal” e “Not Tex Not Mex #1” (ambas nos EUA). Seis criativos da Chili Com Carne fizeram uma “tour” pela Europa fora, iniciativa inédita que passou por Espanha, Itália, Eslovénia, Sérvia, Áustria, Alemanha e França. Estas “férias peculiares” irão gerar um livro de viagens até agora no prelo.
Mais autores estrangeiros das veias alternativas que visitaram Portugal: o esloveno Jakob Klemencic no Festival de BD de Beja com o projecto europeu Greetings from Cartoonia, o croata Igor Hofbauer para duas exposições de sucesso em Lisboa e Beja, o texano Nevada Hill para a Feira Laica de Verão, e o sueco Mattias Elftorp, o francês Albert Foolmoon e o espanhol Martin Lopez Lam na Feira Laica de Natal. E claro, ainda tivemos um ícone da bd alternativa, a Dame Darcy que passou por Beja e por várias datas nortenhas.

“Profissional”
Apareceram duas novas associações, a Oficina do Cego dedicada à arte de bem imprimir – tendo já lançado dois números do jornal homónimo – e a Tentáculo que se dedica à publicação da antologia Zona BD. São obviamente associações sem fins lucrativos mas que dão um cunho mais profissional e de continuidade a projectos de edição. São mesmo bem-vindas!
A MMMNNNRRRG comemorou 10 anos, uma longevidade a respeitar para o tipo de material que edita e pelo ódio que lhe é alvo pelos agentes da “cena”. Talvez por isso tenha ido para o Porto lançar o Pénis Assassino, trabalho Janus feito em 2001 mas que só em 2010 alguém teve os “tomates” para o editar. Aliás, para uma editora odiada até houve “amor” logo no início do ano quando lhe foi atribuído o Prémio Titan para o livro Já não há maçãs no Paraíso (2007) de Max Tilmann (Tiago Manuel).
A Chili Com Carne e a El Pep ganharam um prémio em Itália para melhor fanzine (3º prémio) com o Seitan Seitan Scum (Mesinha de Cabeceira #22) no evento Slow Comics. Só o Festival da Amadora é que o fenómeno da edição independente é que lhe passa ao lado, não admira que este ano tenha estado às moscas…

Exposições
Em compensação, apesar da filosofia “easy come, easy go” que afecta as galerias / lojas / espaços lisboetas, as exposições “O Último Fósforo” (colectiva internacional vinda da Estónia), Mike Diana (recriação da exposição de 2008) e Igor Hofbauer (cartazes) na Artside estiveram cheias. A galeria de artes urbanas já fechou entretanto… Ao contrário das galerias portuenses Dama Aflita (ilustração) e Mundo Fantasma (bd) que são estáveis e mantêm uma programação exemplar. Que durem todos os anos que quiserem! Voltando a Lisboa. Porque sou lisboeta e tenho sempre Esperança que esta cidade melhore, as lojas de música Matéria Prima e Trem Azul deram o ano passado os primeiros passos no sentido de terem patentes exposição gráficas nas suas instalações. Se fosse cristão até acendia duas velinhas…

Extras
Na falta de espaços para divulgação da edição independente, a Associação Chili com Carne promoveu várias sessões sobre o assunto na Casa da Achada. O PEQUENO é bom! tratou de lançamentos, discussões sobre zines, música e animação DIY. Acabou o verão e teve se retirar, talvez volte em 2011.
Nem tudo o que vem da ‘net é mau – pelo menos ao que diz respeito à bd – como se provou este ano quando Simples Alquimia entrou em linha em http://spiraltap.net/simplesalquimia, aplicando as teorias que Scott McCloud apresentou em Reinventing Comics (2000) sobre a expansão da forma narrativa da bd pelo espaço infinito das páginas Web. Demorou 10 anos até alguém fazer a coisa com o deve ser. Parabéns ao Diogo Barros.

É caso para escrever com orgulho e expectativa o clássico “(continua…)”.